Atenção ao Sábado
- Clarice Lispector
Acho que sábado é a rosa da semana; sábado de tarde a casa é feita de cortinas ao vento, e alguém despeja um balde de água no terraço; sábado ao vento é a rosa da semana; sábado de manhã, a abelha no quintal, e o vento: uma picada, o rosto inchado, sangue e mel, aguilhão em mim perdido: outras abelhas farejarão e no outro sábado de manhã vou ver se o quintal vai estar cheio de abelhas.
No sábado é que as formigas subiam pela pedra.(...)
De tarde a campainha inaugurava ao vento a matinê de cinema: ao vento sábado era a rosa de nossa semana.
Se chovia só eu sabia que era sábado; uma rosa molhada, não é?
(...)
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Mal posso esperar por cheirar a rosa.
Orelhas ao vento, sábado de manhã é erva alta e um nariz à solta.
Bola, corrida, pardal - sábado é a rosa da semana
Iago
Clarice Lispector em www.releituras.com/clispector_bio.asp
sexta-feira, maio 12, 2006
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