O Elogio da Preguiça

Perdoai-me, amigos e fiéis leitores.
Ando muitíssimo omisso. Nem novidades, nem fotos, nada.
Mas confesso que passada a melancolia do regresso e férias, abateu-se sobre a nossa casa um estranho estado de "vida suspensa", andamos todos um pouco à deriva, a dar pequenos passos em direcção a mudanças drásticas, a mamã anda cabisbaixa e embrenhada num livro enorme, o papá trabalha.

Os meus dias passam devagar, em sestas saborosas, visitas das avós, longos passeios ao entardecer e uns jantares fantásticos que envolvem, entre outras coisas, arroz de pato à moda antiga, com pato legítimo e abundante.
Ando estranhamente afastado do computador, sem notícias, deixo-me levar na suave e mansa vida de filho único e mimado.
Caprichoso nas aulas, teimoso na rua, doido com as minhas bolas, snob com outros cães, atencioso mas discreto com as meninas. Sinto que algo está prestes a acontecer, sinto no ar a calma antes da tempestade, algo se avizinha.
E até acontecer, estou pacientemente à espera, de orelhas espetadas, nariz alerta, olhar vigilante, sem dizer muito.
Estou com um pressentimento...



... ou então o arroz de pato dá-me gazes, não sei...

But something is afoot...